6.2.06

Orkut - As comunidades do ódio


Grupos de internautas pregam intolerância racial e sexual no site de relacionamento preferido pelos brasileiros

A internet abriga 200 sites de relacionamento. Um deles, o Orkut, tornou-se uma febre no Brasil. Nove dos seus 11 milhões de usuários moram no país. É um caso raríssimo de liderança verde-amarela no mundo digital. Quase metade dos internautas nacionais pode ser encontrada por meio da página. O pedaço amargo do seu sucesso é que o site se tornou território livre para a prática de crimes. No início do ano, os promotores de São Paulo passaram a investigar denúncias de racismo na internet. Descobriram que 80% dos casos ocorriam no Orkut. Sabe-se que pelo menos 256 000 dos seus frequentadores fazem parte de comunidades que pregam violência contra minorias e discriminação racial e sexual.O Orkut atrai grupos como esses porque não estabelece regras para que seus usuários construam páginas temáticas nem fiscaliza o teor das mensagens que eles divulgam. Hoje, o site abriga mais de 50 páginas de conteúdo racista e homofóbico. Uma delas, a "Poder Nazista", criada a apenas dois meses, já tem 220 000 associados. Apelando para um português rudimentar, um cidadão que se apresenta como Andrew Krudwerbrad Heisd afirma que se diverte espancando homossexuais na ruas da capital paulista e que seu sonho é queimar judeus. Seus discípulos incluiram outras vítimas na fogueira. "Se quisermos construir um Brasil melhor, temos que evitar a miscigenação e queimar vivos negros e nordestinos", defende um deles. Depois que foi procurado por VEJA, Heisd mudou o nome de sua página para "Poder Nacional Socialista", outro nome do nazismo.O governo brasileiro consdiera que um dos maiores entraves para prender os criminosos é o próprio Orkut, que está sediado nos EUA e segue apenas a legislação americana. Por ela, impedir a manifestações de racismo fere a liberdade de expressão. Com esse argumento, a direção do site no Brasil nega-se informar às autoridades a identidade dos criminosos. "Se alguém está interessado em processar os autores, recomendo que mova uma ação judicial nos Estados Unidos", diz Mariana Mendonça, que representa o site no Brasil. A Secretária Especial dos Direitos Humanos considera o site negligente e pretende recorrer aos tribunais nacionais para obrigar a filial brasileira do Orkut a revelar o nome dos criminosos.

Fonte: Revista Veja edição 1 932 - ano 38 - nº47 - publicado em 23 de novembro de 2005.

2 comentários:

Débora Linden Hübner disse...

Oi!
Vim agradecer a visita e comentário no Vida em Versos e acabei encontrando um blog "recheado" de informações interessantes.
Com certeza voltarei!

Grande abraço!

Cris disse...

OI! ^^ Valeu pela visita lá meu blog. Bem, quero elogiar seu blog mas estou procurando uma maneira de fazer sem que parece que eu esteja fazendo isso só pq vc visitou o meu... bem, vou tentar: achei seu blog ótimo, muito bom mesmo. ^^ Acho que não consegui né? Mas acredite, estou sendo sincera.
Ando muito meio revoltada com essa coisa de racismo e homofobia, mas pra mim é muito difícil ficar tocando nesses assuntos pq eu me revolto muito ^^ e tb acho muito triste ter q ficar falando para outras pessoas o quento isso é horrível e tal. Bem, melhor parar por aqui. Mas realmente gostei disso aqui, é muito inspirador, de verdade ^^
BJ!